Você sabia que uma boa iluminação influencia, e muito, nas atividades cotidianas?
(15/02/2016 09:17)
Imagine uma casa onde morem uma pessoa com miopia, uma que tem visão perfeita, outra com visão subnormal e mais a avó deles, que já não enxerga tão bem quanto antes. Todo mundo ali lê, escreve, anda, faz trabalhos manuais e realiza todo tipo de tarefas que dependem da visão – que, diga-se de passagem, não são poucas.
Mas o que é uma “boa iluminação?
Pois é. Isso depende da pessoa e de variáveis que vão desde o tipo de luz com a qual ela se habituou a viver até se ela é portadora de problemas graves de visão.
O que é afetado comumente pela presença maior ou menor de luz é a percepção visual, ou “como o cérebro interpreta os dados que chegam” pelo olho. Com mais luz, por exemplo, percebem-se mais cores. Essa percepção está relacionada também com a sensação de conforto. Assim, quem se sente confortável lendo em um lugar pouco iluminado não tem motivos para usar mais luz, enquanto outros preferem usar uma luminária, porque se sentem melhor assim. Mas, se a pessoa tiver problemas para focar, o que se torna comum com o avanço da idade, enxergará melhor as letrinhas se tiver mais contraste, o que pode ser obtido aumentando a quantidade de luz disponível.
Aliás, é importante lembrar que aos 60 anos necessitamos, pelo menos, de iluminação três vezes maior do que aos 20 anos.
O problema é que a sala de casa, o escritório ou espaços públicos como hospitais e shoppings são freqüentados por diferentes pessoas, com necessidades visuais distintas.
Mariana Figueiro, arquiteta e diretora do programa da área de luz e saúde do Rensselaer Polytechnic Institute, dos Estados Unidos, explica que uma boa iluminação é aquela que oferece contraste e quantidade de luz ideais para a realização de uma determinada tarefa. Já a iluminação mais prejudicial é aquela que cria ofuscamento. Além de desconforto, “ela diminui a habilidade de a pessoa ver, porque cria um véu que reduz o contraste na retina”, explica.
Existem diversos exemplos de má iluminação, listadas pelas. O mal posicionamento da fonte de luz, por exemplo, pode causar reflexos na tela do computador, dificultando a visualização. Um piso de superfície muito lisa – comum em hospitais, porque passa a sensação de limpeza – também reflete a luz que incide sobre ela diretamente, podendo atrapalhar a pessoa que for andar por ele. Uma sugestão para resolver isso é usar superfícies foscas. Escadas mal iluminadas ou transparentes e paredes espelhadas também podem confundir a visão.
Ambientes com uma única fonte de luz, como lâmpadas no centro do teto, têm bastante luz, mas nem tudo é iluminado de forma adequada. Saguões de entrada de prédios mal iluminados atrapalham quem vem da rua, pois fica difícil perceber de imediato os objetos à volta. A luz natural do dia, com a qual estamos mais acostumados, é ótima, mas se entrar com força no quarto também pode ser fonte de ofuscamento.
Por tudo isso, o ideal é ter uma iluminação uniforme. É importante para o conforto e a estética. No caso do conforto, principalmente para pessoas idosas, que não conseguem se adaptar facilmente a diferenças de iluminação no espaço.
Para conseguir um ambiente confortável e funcional em termos de iluminação, você pode usar camadas de luz: além de uma luz básica para iluminar tudo e facilitar a movimentação, é bom usar fontes auxiliares, como abajur e luminárias, em pontos específicos como bancada ou mesa de trabalho. Isso permite eliminar sombras e reflexos. Dimmers ajudam a regular a intensidade da luz artificial, enquanto persianas nas janelas dão a chance de controlar a entrada de luz natural.
Como não existe um modelo universal de iluminação que sirva para todo mundo, a possibilidade de controlar a luminosidade de um ambiente ajuda a adaptá-lo de acordo com quem o usa e com as atividades que serão feitas ali.
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